bloPPer: abril 2010

Remix

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André Lemos

''Em sua estrutura, as novas mídias são igualitárias. Pormeio de um simples processo de conexão, todos podemparticipar dela (...) As novas mídias têm a tendência aeliminar todos os privilégios de formação, e com issotambém o monopólio cultural da inteligência burguesa”



A liberação da emissão, o princípioem rede e a reconfiguração são conseqüências do potencial das tecnologias digitais pararecombinar. A novidade não é a recombinação em si mas o seu alcance. A recombinaçãoe a re-mixagem têm dominado a cultura ocidental pelo menos desde a segunda metadedo século XX, mas adquirem aspectos planetários nesse começo de século XXI. Emrecente artigo para a revista “Wired”, o escritor de ficção-científica William Gibsonmostrou como a prática do “cut and past” configurou as vanguardas artísticas do séculopassado. Mais ainda, a nossa cultura não é uma cultura da simples apropriação ouempréstimo, da produção, do produto ou da audiência, mas uma cultura da participação,e essa participação se dá pelo uso e livre circulação de obras. Palavras antigas como“audiência”, “gravação”, “produto” estão, de acordo com Gibson, superadas na “ciber-cultura-remix” - “o remix é a verdadeira natureza do digital”. Para Gibson;

Mimesis ou mimese

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Significa imitação ou simplificando, representação em grego. Para Platão toda a criação era uma imitação, até mesmo a criação do mundo era uma imitação da natureza verdadeira. Sendo assim, a representação artística do mundo físico seria uma imitação de segunda mão.

Cibercultura

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A Cibercultura surgiu da relação entre a tecnologia e a modernidade, sendo que esta última se caracterizou pela dominação da natureza e do ser humano. Na Cibercultura também há uma busca pela dominação, mas se trata de dominar no sentido de manipular para conhecer e transformar. O que se deseja transformar é o mundo: em dados binários para futura manipulação humana. Provas disso são: a interatividade (internet, celular) cada dia mais acessível para grande número de indivíduos, simulações diversas, genoma humano, engenharia genética, etc...

Segue abaixo uma imagem que ilustra bem a situação da cibercultura :


Dialogo Entre Textos

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INTERTEXTUALIDADE (DIALOGO ENTRE TEXTOS)

A intertextualidade envolve todos os objetos e processos culturais, tomados como textos, sendo diretos ou indiretos.

“As produções humanas, embora aparentemente desconexas, encontram-se em constante inter relação. Na verdade, constrói-se uma grande rede, com o trabalho de indivíduos e grupos, onde os fios são formados pelos bens culturais. Se se considerar toda e qualquer produção humana como texto a ser lido, reconstruído por nos, a sociedade pode ser vista como uma grande rede intertextual ,em constante movimento. O espaço da cultura é, pois intertextual. Essa idéia não implica harmonia como característica definidora da cultura dentro de uma mesma sociedade.” É possível elaborar um texto novo a partir de textos já existentes. E assim os textos conversão entre si. E essa relação se da o nome de intertextualidade.

Paródia e Paráfrase

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1- Conceitue paráfrase de acordo com Affonso Romano e apresente dois conceitos contextualizados:

Segundo o autor, paráfrase é a reafirmação em palavras diferentes, do mesmo sentido de uma aba. Assim, uma paráfrase pode ser uma afirmação geral da idéia de uma aba como esclarecimento de uma passagem difícil.
Exemplo:
• Há musica: Arranjo ou interprete.
O Musico se apropria da aba alheia e introduz maneiras pessoais de interpretar o texto musical original.
Carlos Drummont de Andrade no poema “ Europa, França e Bahia “
Meus olhos Brasileiros se fecham saudosos
Minha boca procura a “ Canção do Exílio

2- Conceitue parodia, segundo Affonso Romano, e apresente exemplo contextualizado.

Segundo o autor, se define através de um jogo intertextual; considerando um mero sinônimo de pastiche, ou seja um trabalho de juntar pedaços de diferentes partes da obra de um ou vários artistas.
Com suas palavras “paródia significa uma ode que perverte o sentido de outra ode'' A Propaganda lançada pela Bombril, que fazia uma paródia com a obra Monalisa de Leonardo da Vinci.

3 – Como Mikhail Bakhtin define paródia?

Para Bakhtin em sentido de parodia, o autor emprega a fala de outro; mas, em oposição a estilização, se introduz naquela outra fala uma intenção que se opõe diretamente a original e a fala transforma-se num campo de batalha para interações contrarias.

4 – Qual o conceito de parodia segundo Yuri Tynianov ?

No conceito Tynianov a representação descorada da aba original. Ou seja, a parodia de uma tragédia será uma comedia, não importando se se exagera o trágico ou substituem-se cada um de seus elementos pelo cômico; a parodia de uma comedia seria a tragédia.


5-Conceitue estilização.

Da estilização à parodia não há mais que um passo, quando a estilização tem uma motivação cômica ou é fortemente marcada, se converte em parodia. Ou seja, trata-se de uma captação, acentuada das semelhanças.

8 – Porque Affonso Romano faz oposição entre paráfrase e parodia ?

O autor faz oposição entre parodia e paráfrase; primeiro porque ele afirma que o conceito de parodia só poderia ser devidamente trabalhado quando posto em tensão com o conceito de paráfrase.

9 – Porque o autor estabelece uma relação entre parodia e representação?

O autor produz está relação porque além da parodia possuir uma origem musical, ela também tem uma pratica teatral curiosa, assim que ela tem uma função completamente nas peças dramáticas, estabelecendo uma relação entre libertação das tensões, comedia e parodia.

Ou seja: a parodia tem função catártica, funcionando como contraponto com os momentos de muita dramaticidade.

A cultura como jogo intertextual

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As produções humanas constroem uma grande rede onde os fios são formados pelos bons bens culturais , a sociedade pode ser vista como uma grande rede intertextual em constante movimento , onde cada descoberta só acontece com a apropriação de conhecimentos anteriores. Como exemplo podemos citar a moda como outros domínios culturais , tais como filmes, artes plásticas , conquistas cientificas , enfim cada produção humana dialoga desnecessariamente com as outras. Os meios de comunicação de massa dão destaque e globalizam e explicitam sua existência, podemos citar a TV onde diversas linguagens são usadas ao mesmo tempo, pintura, teatro, musica, literatura têm na TV um palco de encenação . Não é por acaso que se fala tanto hoje em dia em interatividade. O computador modificou a forma de interação das pessoas usando de diversos sentidos, deixando os usuarios mais atentos para decodificar tanta informação. A intertextualidade envolve todos os objetos e processos culturais , tomados como textos . Em sentido mais restrito, a intertextualidade terá como objetivo apenas as produções verbais , orais ou escritas . Cada texto constitui uma proposta de significação que se dá através da troca entre o texto e seu destinatário. O movimento de produção e recepção de um texto faz parte desse processo que pode ser chamado de semiose cultural. O processo cultural é infinito , mas os seres humanos promovem modificações nesse processo para atender suas necessidades. São recortes que se fazem , e aos quais se atribuem uma integridade , um sentido , uma função . Não só a veiculação , como o tipo de codificação , de linguagem , enfocam a construção e a recepção dos textos como romance . Na forma verbal a mímica que utiliza imagens sem palavras e o cinema e teatro que utiliza de textos pluricodificados. Até hoje há pessoas que julgam a literatura mais expressiva e nobre que outras manifestações culturais , e a principal condenada entre eles é a imagem televisiva , julgada pobre. Uma das maneiras de se caracterizar pejorativamente certas produções culturais é chama-las de Kitschque.

Plágio

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O plágio é o acto de assinar ou apresentar uma obra intelectual de qualquer natureza (texto, música, obra pictórica, fotografia, obra audiovisual, etc) contendo partes de uma obra que pertença a outra pessoa sem colocar os créditos para o autor original. No acto de plágio, o plagiador apropria-se indevidamente da obra intelectual de outra pessoa, assumindo a autoria da mesma.

Um dos grandes exemplos de plágio é do cantor Fagner :


''Segundo decisão da 5.ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Raimundo Fagner foi condenado por plagiar a canção Você, de autoria de Heckel Tavares (1896-1969). O processo, movido pela família de Tavares, tinha como objetivo provar que Fagner teria gravado a canção com outro título (As Penas do Tiê), creditada a compositor desconhecido do folclore do Ceará, em seu disco Manera Frufru Manera (1973). Tendo sido derrotado judicialmente em segunda instância, Fagner agora deve divulgar um pedido público de desculpas na imprensa e pagar uma indenização que a família de Tavares espera chegar a R$ 2 milhões. Você, lançada em 1928, tem - segundo Alberto Heckel Tavares, filho do autor - letra e melodia idênticas às de As Penas do Tiê. Ainda cabe ao cantor cearense recurso contra a decisão da justiça fluminense.''

Entendendo os elementos da Intertextualidade

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Tira Teima!!!


Qual é a relação entre paráfrase e Tradução?

R: A paráfrase você reescreve uma obra utilizando palavras diferentes, porém sem alterar o seu sentido original, a tradução e semelhante, é a interpretação de u mtexto ou uma música em uma lingua, podemos dizer que a tradução é um arranjo, no arranjo um músico se apropria da obra alheia e introduz maneiras pessoais de interpretar o texto musical original, isso se chama co-autor.

Como o uso da paráfrase e da paródia podem favorecer a releitura de um texto intertextualizado?

R: Com o uso da paráfrase podemos reescrever um texto utilizando suas palavras sem que o texto perca seu sentido principal, já a paródia é uma imitação porém na maioria das vezes cômica, sendo assim, ao ouvirmos uma música parodiada ou um texto parafraseado, se tivermos conhecimento de mndo, saberemos qual a música parodiada ou qual texto foi parafraseado. Automaticamente fazemos essa ligação do original para o modificado.

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PASTICHE

Etimologicamente derivado da palavra italiana pasticcio (massa ou amálgama de elementos compostos), pastiche era aplicado pejorativamente, no campo da pintura, a quadros forjados com tal perícia imitativa que procuravam ser confundidos com os originais. Durante a Renascença, devido à crescente procura de obras de arte em Florença e Roma, muitos pintores medíocres foram levados a imitar quadros de grandes mestres italianos, com intenções fraudulentas. O conceito viajou para França e pasticcio converteu-se no galicismo pastiche, no século XVIII. Permitindo nomear uma práctica que é bastante anterior à criação do termo (note-se que a imitação dos clássicos era já recomendada por Quintiliano e por toda a tradição retórica), o pastiche literário, em termos genéricos, refere-se a obras artísticas criadas pela reunião e colagem de trabalhos pré-existentes. Imitação afectada do estilo de um ou mais autores, o pastiche, forma claramente derivativa, põe a tónica na manipulação de linguagens, contrapondo diversos registos e níveis de língua com finalidade paródica ou simplesmente estética e lúdica. Deliberadamente cultivado por inúmeros autores, o pastiche afirma-se como a escrita “à maneira de”. Faz uso de processos como a adaptação (modificação de material artístico de género para género e de uma forma para outra distinta), a apropriação (o empréstimo deliberado), o bricolage (a criação a partir de fontes e modelos heterogéneos) e a montagem.

Hipertexto

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O que é Hipertexto?


Hipertexto
é o termo que remete a um texto em formato digital, ao qual agrega-se outros conjuntos de informação na forma de blocos de textos, palavras, imagens ou sons, cujo acesso se dá através de referências específicas denominadas hiperlinks, ou simplesmente links. Esses links ocorrem na forma de termos destacados no corpo de texto principal, ícones gráficos ou imagens e têm a função de interconectar os diversos conjuntos de informação, oferecendo acesso sob demanda as informações que estendem ou complementam o texto principal. O conceito de "linkar" ou de "ligar" textos foi criado por Ted Nelson nos anos 1960 e teve como influência o pensador francês Roland Barthes, que concebeu em seu livro S/Z o conceito de "Lexia", que seria a ligação de textos com outros textos.

No meio do caminho tinha pedra!

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Entendendo a Intertextualidade

O texto da propaganda a seguir foi veiculado para a divulgação de um projeto de educação ambiental, patrocinado pela empresa de turismo Soletur e orientado pelo IBAMA. Ele dialoga com o poema de Drummond, transcrito abaixo:
Texto Publicitário

No meio do caminho
Tinha uma pedra
E uma ponta de cigarro
E uma lata
E um saco plástico
E até cacos de vidro.


No meio do caminho

No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra
Nunca me esquecerei desse acontecimento
Na vida de minhas retinas tão fatigadas
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
Tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra.

(Carlos Drummond de Andrade)



Que tipo de Intertextualidade é estabelecido?

A Intertextualidade existente é a paráfrase porque o texto publicitário foi escrito usando um elemento do texto original de Carlos Drummond ''No meio do caminho tinha uma pedra'', fazendo com que apartir do texto original seja possível um associação entre ambos.

Pode-se dizer que o sentido atribuído ao texto de Drummond e ao texto da publicidade é o mesmo?

Sim, em ambos os textos é possível identificar a presença de um empecilho ou de um problema. No texto publicitário utilizado por um projeto de educação ambiental faz um alerta referindo aos males causados ao meio ambiente. Já no texto de Drummond a pedra referida pelo autor quer dizer um problema em sua vida, porém não é tão aparente quanto no texto publicitário, onde os mesmo são citados.


Parodiando

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TERREMOTO DA CANÇÃO
Paródia da canção de Adriana Calcanhoto - Mentiras

Nada ficou no lugar
Os móveis andaram na risca
Perdi todas as coisas
Até as minhas roupas

(refrão)
Só pra ver se o tempo para
Só pra ver e mais ninguém
O caus já se instalou
Aqui no Chile

Já apareci na tv
Todos os jornais têm minhas fotos
Minha casa não pude mais ver
Vão todos pra PQP

(refrão)

As ajudas do governo são tantas
O dinheiro chegou rápido
Mas o problema maior
É a minha fome

(refrão)

Cada caso é um caso
Isso já vi noutro lugar
Já vou parar de cantar
Pois o choro é muito

(refrão)

Introdução a Intertextualidade

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Gênero: Comédia.
Atores: Selton Mello, Débora Falabella, Virginia Cavendish, Bruno Garcia, Tadeu Mello André Mattos, Lívia Falcão, Marco Nanini, Paula Lavigne e Aramis Trindade.
Direção: Guel Arraes.
Idiomas: Português.
Legendas: Português.
Ano de produção: 2003.
País de produção: BRA.
Duração: 110 min.
Distribuição: Globo filmes.
Região: 4.
Áudio: Stéreo.
Vídeo: Widescreen.
Cor: Colorido.
Classificação: Livre.



Lisbela (Débora Falabella) é uma moça que adora ir ao cinema e vive sonhando com os galãs de Hollywood dos filmes que assiste. Leléu (Selton Mello) é um malandro conquistador, que em meio a uma de suas muitas aventuras chega à cidade de Lisbela. Após se conhecerem eles logo se apaixonam, mas há um problema: Lisbela está noiva. Em meio às dúvidas e aos problemas familiares que a nova paixão desperta, há ainda a presença de um matador (Marco Nanini) que está atrás de Leléu, devido a ele ter se envolvido com sua esposa (Virginia Cavendish).

A história, assim como a literatura medievalesca, se apresenta através de uma cantiga moderna caracterizada na figura do personagem Leléu, que vaga através de cidades do interior nordestino como um legítimo trovador. Se observarmos as rimas presentes nas falas do personagem, logo identificaremos as cantigas trovadorescas com as respectivas falas. Há presença de intertextualidade como por exemplo na cena em que o personagem Leléu se disfarça de Monga, a mulher gorila e se apaixona por Lisbela, ao relacioná-la com a cena vista pela personagem no filme O Médico e O Monstro. O filme á ainda quase que totalmente metalinguístico, já que se auto-explica ao relacionar personagens e situações comuns em todos os filmes para contar a sua própria história, como por exemplo: a presença do mocinho, do bandido, do herói, da mocinha e toda a caracterização destes personagens em vários filmes e contextualizado na sua história. Enfim, trata-se de uma obra contemporânea, já que se utiliza de metalinguagem, intertextualidade e características populares/medievais sem fazer com que uma se sobressaia à outra e ainda consegue agregar uma sonoridade atípica ao enredo. Assim, o filme se torna um bom exemplo do período modernista brasileiro, que pregava o casamento entre diversos estilos em prol do enriquecimento da arte como um todo.

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